Eleitores de Bolsonaro já procuram alternativas para 2026, afirma Renato Meirelles

Eleitores de Bolsonaro já procuram alternativas para 2026, afirma Renato Meirelles

01/07/2023 0 Por Redação

Atuando há décadas com pesquisas de opinião, pesquisador avalia demanda por políticos que ocupem o espaço na direita que pode ser deixado caso ex-presidente fique inelegível

O futuro da direita no Brasil está sendo desenhado diante do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode tornar Jair Bolsonaro inelegível. Segundo Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva e cofundador do Zeitgeist Public Affairs, os eleitores do ex-presidente já começaram a pensar em uma alternativa para as eleições de 2026.

Dentro desse cenário, 54% dos eleitores de Bolsonaro aceitariam um nome da direita, mesmo que não endossado pelo ex-presidente. Outros 18% só aceitariam o Bolsonaro como candidato. Os dados são da pesquisa “Para onde vai a direita”, realizada pelo Zeitgeist Public Affairs, iniciativa do Instituto Locomotiva e do Ideia Instituto de Pesquisa. 

“Nos últimos anos vimos uma direita capturada pelo bolsonarismo e os rumos da política dependem não só de oferta, mas também de demanda. A pesquisa aferiu que o eleitor tem uma necessidade por buscar alternativas ao bolsonarismo, já que mais da metade topa uma alternativa de direita não bolsonarista. Porém, na prática não basta ter uma demanda por uma mudança se não aparecer uma pessoa capaz de liderar essa mudança, essa flexibilização do bolsonarismo”, explica Meirelles.

Brasília (DF), 30/06/2023 – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma o julgamento da ação (Aije nº 0600814-85) que pede a inelegibilidade de Jair Bolsonaro e de Walter Braga Netto, candidatos à Presidência da República nas Eleições 2022. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 O levantamento ainda mostrou que Michelle Bolsonaro é o nome que melhor personifica a continuidade do bolsonarismo. Porém, quando os entrevistados são questionados sobre qual representante desta corrente seria o melhor presidente da República, as respostas focam para Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.

“Os familiares de Bolsonaro largam com um conhecimento grande e se aproveitam da força do sobrenome, mas, por outro lado, eles não têm referência de serem bons gestores. Tarcísio, neste cenário, aparece com força.” 

Meirelles ainda cita candidatos que tinham força como centro-direita, como Geraldo Alckmin, Simone Tebet e Eduardo Leite, mas que perderam a chance de saírem pela direita. “A opção que eles fizeram no 2º turno, Alckmin e Tebet se aliando ao PT e Eduardo Leite se posicionando como antibolsonarista, faz com que eles não consigam capturar o eleitor de direita.” 

A pesquisa ouviu 1.531 eleitores em todo o país, por telefone, entre os dias 30 e 31 de maio, e tem margem de erro de 2,5 pontos percentuais.